Amantes...

Velas queimadas em outras horas agora suspiram
Enquanto a morte os impressionava
As lágrimas geladas dele, sobre o meu corpo...
Incivilizada como um bandido de "ruazeca"
A casa dela era agora imortalizada
Sob os pesares da fachada escura...
Se ao menos eu pudesse ter chorado
Em luto, a teu lado
Eu teria-te abraçado com todas as minhas forças,
Como as tempestades mais feroses acabam com o mundo
Como os mares mais perigosos fazem os navios naufragar...
E teria-te beijado...
Depois?Depois estariamos sozinhos...
Os meus lábios acabariam por descobrir
Os enigmas das vistas mais sombrias...
Onde os prazeres da carne se juntam
Sem dor, nem remorsos...
Acabavam por congelar a respiraçao
de uma vida insignificante, rouca e silenciosa
Que apenas sussurava...
Incivilizada, sempre incivilizada...
Inalava apenas o pálido luar rastejante
Pela cripta de minha amante
Que tão lucidamente havia caído num sono profundo...